domingo, 17 de junho de 2012

Espelho


Uma canção muito especial que me toca muito por toda a beleza da homenagem...

terça-feira, 5 de junho de 2012

De quem sou eu

Lembrando de mim eu percebi que talvez eu seja especial.
Que talvez eu valha a pena.
Eu tinha esquecido de mim, de quem eu era, do meu sabor, do meu desejo, dos meus anseios.

Nessa lembrança eu resgatei lá de dentro um garotinho desse tamaniquinho de cabelo encaracolado, que sonhava com tudo e que podia tudo, porque não sabia de nada, ou talvez de tudo.
Eu lembrei que eu posso ser o que eu quiser, fazer o que eu quiser e morar no mundo que eu quiser.

Com um sorriso confiante de criança, que as vezes ainda surge no meu rosto, eu sinto que isso está em mim, e usando as palavras de um sábio malandro da música brasileira como inspiração eu canto: " eu sou assim, quem quiser gostar de mim.... eu sou assim"

segunda-feira, 4 de junho de 2012

de manhã

Acordei e já não era tão cedo, com a claridade que entrava pela janela diretamente no meu rosto. Virei pro lado e estava sozinho na cama enorme banhada com o edredom vermelho. Meu cabelo amassado e meus olhos entre abertos pareciam não entender como podia estar sozinho.
Esperei um pouco fingindo estar dormindo torcendo pra que ela voltasse do banheiro. Nada.
Fiquei ainda esperando e inventando um café da manhã ou alguma desculpa pra estar sozinho.
Mas nada aconteceu.
Comecei a me sufocar na cama.
Então, me sentindo bem estranho, fui até o banheiro e quando senti o piso frio com meus pés ainda quentes, me deparei com as marcas de batom escritas por ela em toda a extensão do meu banheiro.
Ela não teve dó.
Disse tudo o que queria, sem medo de acabar de vez comigo.
As letras começavam no espelho e atravessavam as paredes e chão e teto e aquele ódio todo colocado ali e me obrigando a ler palavra por palavra, letra por letra, me deixava claro que ela tinha me deixado.
Que agora eu já não estava sozinho, eu estava abandonado. É muito pior estar abandonado.

Sentei no vaso e fiquei estático, paralisado, derramando lágrimas e olhando pro azulejo azul claro todo rabiscado e bem na minha frente eu lia com clareza alguns daqueles golpes verbais.
"... e do seu lado eu não consigo mais sorrir, eu te odeio..."
" Você nunca me fez bem."

Liguei o chuveiro e fiquei sentando, pelado, misturando a água quente com minhas lágrimas frias até a fonte secar.