terça-feira, 22 de junho de 2010

derrAmada


Ontem eu tomei a maior chuva do ano.

A água caía e eu estava lá. De mochila nas costas, tenis all star e o cabelo escorrido na testa.
Enquanto caía a água fria eu corria noite adentro, a água fria e o corpo quente, molhado, suado e eu gritando seu nome.

Eu passava por entre as árvores altas e pulava algumas poças de lama que se formavam sobre a grama verde do imenso jardim. E eu ainda gritando seu nome.

Eu gritava seu nome desejando e imaginando como seria se você estivesse alí, do outro lado, correndo em minha direção, como nos filmes mais bregas de amor que existem. Aí eu pegaria na sua cintura e te daria um beijo desses de causar suspiro, um beijo desses de filme, um beijo desses "clichê" mesmo, pois são esses os beijos de paixão verdadeira, e é desses beijos que é feito o meu amor.

domingo, 20 de junho de 2010

desconhecido



"Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim, ó meu bem não faz assim comigo não, você tem, você tem que me dar seu coração!"

E foi assim, num baile de carnaval, em meio a uma multidão de gente e envolto pelo lança perfume dos lenços coloridos que eu me aproximei de você.
Você sorriu e colou seus lábios nos meus ainda entreabertos pra perguntar seu nome.
E foi assim, sem nome e sem vergonha que eu senti meu coração talvez pela primeira vez.
Eu, que não sabia nada a seu respeito, agora sei. Sei que eu estou perdidamente apaixonado por você.

domingo, 13 de junho de 2010

Qual o sabor do seu primeiro beijo?


Qual o sabor do seu primeiro beijo?
Meu primeiro beijo tinha sabor de chocolate.
Tinha sabor de medo também, sabor de afirmação.
Tinha cheiro de ansiedade misturado com o pó da escada do décimo quarto andar.
Com os olhos cerrados eu imaginava o movimento da minha língua, depois fui me tornando mais seguro e eu pensava que no auge dos meus nove anos eu tinha atravessado o vão entre menino e homem.
Minhas mãos, molhadas e tímidas, deslizavam lentamente sobre a blusa branca de malha canelada daquela menina.
O coração batia acelerado e a respiração corria depressa, junto com os movimentos da língua de chocolate.
Os pêlos arrepiados eram o reflexo do gelado da minha coluna em sintonia com a atividade que acabara de começar em meu sexo.
Aquele mergulho no novo me colocava em outro lugar, eu não sabia muito bem o que fazer, então eu não pensava, EU FAZIA.