quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cloaca


A nova montagem do Grupo TAPA tem esse nome divertido porém estranho.
Eu fui ver Cloaca na última apresentação do Brian, que não está no elenco atualmente.(Talvez ele  volte).


A peça fala sobre 4 amigos quarentões, que se conhecem desde o tempo de adolescência, e que se encontram numa determinada situação na casa de um deles. 


O conflito entre eles é como uma conversa de salão de cabeleireiro, pois os assuntos surgem, somem e voltam depois no meio de outra coisa, porém sem sentido nenhum. O que é interessante é que cada personagem, defende muito seu ponto de vista e seus conflitos jogando a maior urgência para si. (Apesar de ter um conflito central, que envolve todos os personagens).


Outro ponto interessante é a amizade que é retratada na peça, pela relação afetiva e amorosa entre os quatro, mas também mostra o quanto isso se perde e o quanto determinadas amizades são melhores quando se tem menos preocupação ou quando a convivência é mais constante, pois  parece se aceitar determinadas coisas, ou então não se importar com elas.  Isso é claro foi o que me questionei quando estava assistindo a montagem.


Mas o engraçado é ver homens numa conversa e ao mesmo tempo conseguir se identificar e não se identificar,  pois ao mesmo tempo em que todos olham para seu próprio umbigo e suas verdades ou opiniões começam a atingir o outro e como os valores se transformam, como as aparências muitas vezes enganam, como os homens são filhos da puta. Você também consegue ver como são geniais. Como eles são simples e verdadeiros e objetivos e justos.


Achei uma peça muito boa, apesar de um pouco longa. O elenco vai bem e o público gosta bastante. Não é uma  das melhores peças que o TAPA montou, nem que o Tolentino dirigiu, isso com certeza, mas é divertida e bem masculina.( digo isso, pois é uma peça diferente do que se vê por aí).


Eu particularmente não gostei de Tony Giusti, não sei se é o texto, direção ou ele mesmo, mas não gostei dele nessa montagem.
Dalton Vigh está muito bem, e gosto muito do que ele faz, assim como Brian Penido. André Garolli, na minha opinião vai bem, e todas as suas piadas na peça funcionam, mas algo me incomoda um pouco, não dizer exatamente o que, mas acho que não é isso, deixo de acreditar nele em alguns momentos.

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